EU... ABELHINHA...

A abelhinha vai voando e dando as suas ferroadelas...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

LENDAS DO ALGARVE


Lenda da Castelã Moura de Salir

A vila de Salir, no Algarve, deve o seu nome à filha do alcaide de Castalar, Aben-Fabilla, que fugiu quando viu o seu castelo ameaçado pelo exército de D. Afonso III. Antes de fugir, o alcaide enterrou todo o seu ouro, pensando vir mais tarde resgatá-lo. Quando os cristãos tomaram o castelo encontraram-no vazio, à excepção da linda filha do alcaide que rezava com fervor que tinha preferido ficar no castelo e morrer a "salir". De um monte vizinho, Aben-Fabilla avistou a filha cativa dos cristãos e com a mão direita traçou no espaço o signo de Saimão, enquanto proferia umas palavras misteriosas. Nesse momento, o cavaleiro D. Gonçalo Peres que falava com a moura viu-a transformar-se numa estátua de pedra. A notícia da moura encantada espalhou-se pelo castelo e um dia a estátua desapareceu. Em memória deste estranho fenómeno ficou aquela terra conhecida por Salir, em homenagem pela coragem de uma jovem moura. Ainda hoje no Algarve se diz que em certas noites a moura encantada aparece no castelo de Salir.

domingo, 20 de julho de 2008



Tempo da lenda das Amendoeiras
De: Ary dos santos

A Princesa
Ai portas do meu silêncio,
Ai vidros da minha voz,
Ai cristais da minha ausência
da terra dos meus avós.
Desataram-se em soluços
os seus cabelos desfeitos...

O Rei Mouro
Dizei-me magos, oragos,
anões, duendes, profetas,
adivinhos e jograis,
sagas, videntes,poetas...
Como hei-de secar o pranto,
daqueles olhos de rio?
Como hei-de secar os ais,
daquela boca de estio?
Como hei-de quebrar o encanto
que numa tarde de pedra
talhada pela tristeza
selou com dados de chumbo
o sorriso da princasa,
que suspira pela neve
da ponta do fim do mundo?

terça-feira, 8 de julho de 2008

HISTÓRIA DA CIDADE DE LAGOS



Período pré-histórico e romano

Lagos é uma antiga cidade marítima com mais de 2000 anos de história. O nome Lagos é de origem celta e provém do nome primitivo Lacobriga. Lagos foi um povoamento dos cartagineses, que contrataram tribos celtas para combater os Romanos (as Guerras Púnicas). Mais tarde foi povoado pelos Romanos, tornando-se a província romana da Lusitânia. Alguns vestígios romanos ainda se encontram em Lagos e nos seus arredores. Quintus Sertorius, um general romano rebelde, com a ajuda dos Lusitanos de Lacobriga, combateu com sucesso o exército de Q.Caecilius Metellus Pius, perto do Monte Molião. Lacobriga já era um porto importante na época.

Período Mouro


A cidade foi ocupada no século VI pelos Visigodos do Reino de Toledo e mais tarde pelos Bizantinos. Os Mouros vieram no século VIII. Mudaram o nome da cidade para Zawaia (que significa Lago). Fazia parte da região costeira do al-Gharb (de onde provém o nome Algarve). Os Mouros fortaleceram a cidade e estabeleceram ligações comerciais importantes. Em 1174 os locais Wali deram autorização para a construção da Igreja de S.João no exterior das muralhas. Esta é a igreja mais antiga no Algarve.Mesmo durante a reconquista de Portugal por D.Afonso Henriques, o sul (o Algarve e o Alentejo) permaneceu sob a conquista dos Mouros. Foi reconquistado por D.Afonso III em 1241. Após a conquista do Algarve por completo em 1249 o rei intitulou-se “Rei de Portugal e do Algarve”, que demonstra o facto do Algarve, após o longo reinado pelos Mouros, ser considerado um país estrangeiro que não fazia parte de Portugal.

sábado, 5 de julho de 2008



Escrevo-te com o fogo e a água


Escrevo-te com o fogo e a água.
Escrevo-te no sossego feliz das folhas e das sombras.
Escrevo-te quando o saber é sabor, quando tudo é surpresa.
Vejo o rosto escuro da terra em confins indolentes.
Estou perto e estou longe num planeta imenso e verde.
O que procuro é um coração pequeno, um animal perfeito e suave.
Um fruto repousado,uma forma que não nasceu,
um torso ensanguentado, uma pergunta que não ouvi no inanimado,
um arabesco talvez de mágica leveza.
Quem ignora o sulco entre a sombra e a espuma?
Apaga-se um planeta, acende-se uma árvore.
As colinas inclinam-se na embriaguez dos barcos.
O vento abriu-me os olhos, vi a folhagem do céu,
o grande sopro imóvel da primavera efémera.
(António Ramos Rosa - poeta algarvio)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Convido-vos a fazerem uma passeata por esta terra lindinha...e quentinha...!!!

A ALMA DO NOSSO POVO...

terça-feira, 1 de julho de 2008

O MEDRONHEIRO




O medronheiro é um arbusto ou pequena árvore de folha persistente (existem folhas na sua copa durante todo o ano). Esta árvore pode atingir os 8 a 10 m de altura, embora nos tenham informado que normalmente não passa dos 5 metros. O medronheiro possui ramos erectos e copa arredondada, dotada de um tronco coberto por uma casca castanha ou vermelha, fissurada que se desprende nas árvores já mais antigas. As suas folhas são muito parecidas com as do loureiro e medem entre 4 a 11 cm de comprimento. As folhas, elípticas, apresentam uma cor cinzento - esverdeadas, não dentadas, de margens serradas, são brilhantes e enceradas. A parte superior da folha é mais escura e a inferior mais pálida. As flores são brancas com toques cor de rosa, são flores pequenas que surgem no Outono em cachos pendentes de até 20 flores, entre os frutos do ano anterior.
Os frutos são uma baga redonda e verrugosa com aproximadamente 3 cm de diâmetro. Os seus frutos surgem nos raminhos verdes dando cor à árvore, uma vez que nascem amarelos e progressivamente vão tornando-se vermelhos. O Medronheiro desenvolve - se nos bosques, no mato e nas regiões rochosas, principalmente em solos ácidos, da Península Ibérica à Turquia. Os frutos, bagas vermelhas comestíveis são utilizadas para fazer licores, aguardentes e conservas. Em Portugal cultiva - se como árvore de fruto e como árvore ornamental, já que quando está carregadinha de frutos e flores é uma árvore muito bonita.
Atenção: Os medronhos são também famosos pela capacidade de provocar embriaguez e dor de cabeça a quem consome muitos, uma vez que quando maduros, possuem uma certa quantidade de álcool.




A aguardente de medronho (medronheira) é produzida a partir dos frutos com o mesmo nome (medronho) que se cultivam nas serranias do Algarve. Pode dizer-se que é uma bebida regional. No entanto também se produz noutras zonas do país, embora em menos quantidade.


A fruta é fermentada em tanques de madeira ou barro. Actualmente a fermentação também se faz em depósitos de cimento, mas só em destilarias de significativa dimensão. A fermentação é natural e dura entre trinta a sessenta dias. Os tanques devem ser cobertos com frutos esmagados para evitar o contacto com o ar. É necessário adicionar uma parte de água para cinco partes de fruta. Depois de fermentado o produto deve ser guardado durante sessenta dias e bem protegido do ar. Hoje em dia existem destilarias semi-industriais. No entanto, a melhor aguardente é aquela que é produzida por destilação descontínua (fogo directo).Uma boa aguardente de medronho é transparente, com o cheiro e o gosto da fruta.Nas montanhas, uma boa aguardente deve ter 50º.No entanto a sua comercialização faz-se entre os 40º e 50º.

A qualidade da aguardente aumenta quando esta é amadurecida/envelhecida em barris durante oito anos. Este período de envelhecimento não deverá ser prolongado por mais tempo pois não terá qualquer efeito na qualidade da aguardente.O medronho bebe-se, normalmente, com o café. Os puristas consideram que deve ser bebido à temperatura ambiente, embora algumas pessoas prefiram bebê-lo frio.

Uma lenda...



HISTÓRIA DO PEDIDO QUE O DIABO FEZ A DEUS

O Diabo julgava-se inteligente e andava sempre à espreita para ver se apanhava alguém distraído para pregar as suas partidas.Um dia ele, pensando que Deus estivesse distraído, fez o seguinte pedido:- Ó Senhor, vós que possuis tantas árvores oferecei-me duas, o medronheiro e a laranjeira.O Senhor disse-lhe:- Pede as árvores quando não tiver flor nem fruto.Mas a laranjeira e o medronheiro têm sempre flor ou fruto, se calhar até as duas coisas ao mesmo tempo. Por causa disso, o Diabo nunca mais pode voltar a falar nessas duas árvores.